quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Refrigerante de maconha será vendido nos EUA a partir de fevereiro


Os americanos que forem ao estado do Colorado poderão encontrar uma novidade nas prateleiras dos mercados no mês de fevereiro, o “Canna Cola”. De acordo com a revista “Times”, o refrigerante terá entre 35 e 65 miligramas de THC (tetrahidrocanabinol), princípio ativo do cannabis, utilizado para fazer a maconha e o haxixe. O produto será disponibilizados nos sabores de cola, limão, uva, laranja e inspirado na popular bebida Dr. Pepper, custará entre 10 e 15 dólares.
O uso da maconha para fins medicinais é permitido em 15 estados americanos e as condições de legalidades mudam de um lugar para o outro. No entanto, a proibição da droga é prevista em leis federais. A senadora Dianne Feinstein assinou um projeto de lei, que foi aprovado em 2010 pelo Senado, que aumenta a pena para quem fizer produtos onde maconha e “algo doce” se misturam.
Em uma entrevista ao “Santa Cruz Sentinel”, o criador do refrigerante de maconha, o empresário Clay Butler, negou que tenha experimentado a droga em toda sua vida e afirmou que acredita que “adultos têm o direito de pensar, comer, fumar, ingerir ou vestir o que quiserem”.
O criador da empresa que vai comercializar a bebeida, Scott Riddell, o efeito do refrigerante de maconha será o mesmo de uma “cerveja suave”, já que os níveis de THC serão inferiores ao de produtos que já estão no mercado.

Fonte: France Press

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Muitos acreditam que por estarem com sua família dentro da igreja, estão livres de qualquer problema relacionado a drogas.


A Igreja "imuniza" uma família desse mal?

Marisa Lobo: De forma alguma, infelizmente as igrejas não tem cumprido seu papel , não em sua totalidade, repreender , demonizá-la simplesmente não afasta usuários nem jovens delas se formos pesquisar em comunidades terapêuticas do mundo todo, quem são os dependentes verá que cerca de 80% são desviados de igrejas evangélicas, lamento informar más é a estatística, o que nos deixa perplexos, e onde está o erro? Em Deus??? Claro que não, está na forma com que a igreja tem trado a questão, a droga afeta o ser humano em 4 dimensões, (bio, psico, social e espiritual) como poderei tratar uma só.

O Processo do vício, depois de instalado é uma grande compulsão, que é impossível sem ajuda controlar, a maioria não controla, apenas desloca de uma droga para outra de um comportamento compulsivo para outro comportamento, muitos estão espiritualmente até bem , porém sua compulsão exposta a estímulos da droga o fazem a ter recaídas, e traz com isso um sofrimento dobrado para quem conhece a palavra de Deus, porque além do fator social, familiar, psicológico auto estima, ainda traz o peso de ter magoa a Deus, muitos por não dar conta dessa dor se afundam cada vez mais chegando até ao suicídio.

Na prevenção sim, a igreja pode se usar de sabedoria impedir que seus jovens mesmo expostos a ela saibam decidir não usar , isso depende de muita clareza , conhecimento e criatividade usar todas as vias e tipos de prevenção, competir com o prazer ou seja dar alegria , mostrar de forma criativa o poder de Deus, colocar o jovem em contato com pessoas que sofrem com as drogas de forma inteligente para que possam ajudar, serem solidários servirem de modelo, outro fator importante na prevenção é a família , que muitas vezes estão totalmente desestruturada e por vergonha e ou não ter quem se importe de fato, vão vivendo uma vida dupla “santos na igreja , nem tanto em casa” pelas minhas pesquisas essa é uma das principais causas de frustrações entre os jovens e isso leva a desvio da fé em conseqüência pode levar a comportamentos destrutivos como o uso de drogas para fugir da realidade hipócrita que vivem

Do ponto de vista técnico, a maconha age no cérebro alterando sua função, causando várias conseqüências. Há portanto muita coisa a dizer e se fazer para se minimizar o uso da maconha. Devemos começar por entender como ela age e seus efeitos.Instruir as novas gerações para que não caiam no vicio, e legalizá-la será um retrocesso a inteligência, é promover o caus total na saúde Publica.

Quanto a Segurança Pública , dizer que legalizar a maconha vai resolver o problema do tráfico de drogas, ou minimizar os problemas de segurança é mais uma prova de que os neurônios desses que acreditam nisso estão lesados definitivamente, pois a única coisa que pode melhorar a questão de segurança pública inteligência , vontade política e união das forças e isso é totalmente destruído pela maconha e outras drogas .

O que é o Pronasci





Pronasci inova no enfrentamento ao crime

Desenvolvido pelo Ministério da Justiça, o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) marca uma iniciativa inédita no enfrentamento à criminalidade no país. O projeto articula políticas de segurança com ações sociais; prioriza a prevenção e busca atingir as causas que levam à violência, sem abrir mão das estratégias de ordenamento social e segurança pública.

Entre os principais eixos do Pronasci destacam-se a valorização dos profissionais de segurança pública; a reestruturação do sistema penitenciário; o combate à corrupção policial e o envolvimento da comunidade na prevenção da violência. Para o desenvolvimento do Programa, o governo federal investirá R$ 6,707 bilhões até o fim de 2012.

Além dos profissionais de segurança pública, o Pronasci tem também como público-alvo jovens de 15 a 24 anos à beira da criminalidade, que se encontram ou já estiveram em conflito com a lei; presos ou egressos do sistema prisional; e ainda os reservistas, passíveis de serem atraídos pelo crime organizado em função do aprendizado em manejo de armas adquirido durante o serviço militar.

Até o momento, o Pronasci chegou a 150 municípios, ao Distrito Federal e a 22 Estados: Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo, Sergipe e Tocantins.

O Pronasci também chegou a quatro grupos de municípios: Consórcio Intermunicipal de Segurança Pública e Cidadania de Londrina e Região – CISMEL, Consórcio Público do Médio Vale do Paraíba do Sul Fluminense, Consórcio Público da Associação dos Municípios do Litoral Norte – AMLINORTE e Consórcio Intermunicipal do Vale do Caí - CIS/CAÍ. Até 2012, o Pronasci será estendido a todas as unidades federativas, ainda que de forma parcial.

A execução do Pronasci se dará por meio de mobilizações policiais e comunitárias. A articulação entre os representantes da sociedade civil e as diferentes forças de segurança – polícias civil e militar, corpo de bombeiros, guarda municipal, secretaria de segurança pública – será realizada pelo Gabinete de Gestão Integrada Municipais (GGIM). O Pronasci será coordenado por uma secretaria-executiva em nível federal e regionalmente dirigido por uma equipe que atuará junto aos GGIM e tratará da implementação das ações nos municípios.

Para garantir a realização das ações no país serão celebrados convênios, contratos, acordos e consórcios com estados, municípios, organizações não-governamentais e organismos internacionais.

A instituição responsável pela avaliação e acompanhamento do Programa será a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Além da verificação dos indicadores, ainda será feita a avaliação do contexto econômico e social. O controle mais abrangente do Programa contará com a participação da sociedade.

Projetos

O Pronasci é composto por 94 ações que envolvem a União, estados, municípios e a própria comunidade. Alguns destaques:

Bolsa Formação – Os profissionais de segurança pública receberão novos estímulos para estudar e atuar junto às comunidades. Policiais civis e militares, bombeiros, peritos e agentes penitenciários de baixa renda terão acesso a uma bolsa de até R$ 400. Para ter direito ao benefício, o policial terá que participar e ser aprovado em cursos de capacitação promovidos, credenciados ou reconhecidos pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do Ministério da Justiça.

Formação Policial - A qualificação das polícias inclui práticas de segurança-cidadã, como a utilização de tecnologias não letais; técnicas de investigação; sistema de comando de incidentes; perícia balística; DNA forense; medicina legal; direitos humanos, entre outros. Os cursos serão oferecidos pela Rede Nacional de Altos Estudos em Segurança Pública (Renaesp), que envolve hoje 66 universidades brasileiras, entre públicas e particulares, e ainda telecentros para educação a distância. A meta é chegar a 80 instituições parceiras em todo o país, em 2008.

Mulheres da Paz - O projeto capacitará mulheres líderes das comunidades em temas como ética, direitos humanos e cidadania, para agirem como multiplicadoras do Programa, tendo como incumbência aproximar os jovens com os quais o Pronasci trabalhará.

Protejo - Jovens bolsistas em território de descoesão social agirão como multiplicadores da filosofia passada a eles pelas Mulheres da Paz e pelas equipes multidisciplinares, a fim de atingir outros rapazes, moças e suas famílias, contribuindo para o resgate da cidadania nas comunidades.

Sistema Prisional - A criação de mais de 40 mil vagas no sistema penitenciário do país atenderá a públicos específicos. Os jovens entre 18 e 24 anos terão unidades prisionais diferenciadas. O objetivo do governo federal é separá-los por faixa etária e natureza do delito e impedir aqueles que cometeram pequenas infrações de se contaminarem pela influência dos líderes do crime organizado. Além disso, as mulheres apenadas também terão assistência, como berçário e enfermaria. A reestruturação do sistema prisional envolve ações que visam a qualificação de agentes penitenciários e a formação profissional de presos.

Plano Nacional de Habitação para Profissionais de Segurança Pública - A categoria também poderá contar com o Plano Nacional de Habitação para Profissionais de Segurança Pública, com o apoio da Caixa Econômica Federal. Serão disponibilizadas unidades populares para servidores de baixa renda, que recebam até quatro salários mínimos e a cartas de crédito para a compra da casa própria, no valor de até R$ 50 mil, para aqueles que recebam até R$ 4,9 mil.

Ministérios e Secretarias Parceiras - Algumas ações previstas no Pronasci são fruto de parcerias com ministérios e secretarias. O Pronasci agirá em conjunto com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nas regiões em que houver obras de urbanização para recuperação de espaços urbanos e melhoria da infra-estrutura nas comunidades. Outro exemplo é a parceria firmada com a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, da Presidência da República, que ampliará, com o Pronasci, o atendimento do Viva Voz, projeto já existente que visa orientar jovens e famílias em relação às drogas.


atualizado em 21.01.2010

StatusStartDateEndDate
Atos Normativos

Implementação das ações

Estados integrantes

Efeitos e Consequências Físicos


Das vias aéreas até o cérebro, a fumaça tóxica do crack causa um impacto devastador no organismo.
As principais consequências físicas do consumo da droga incluem doenças pulmonares e cardíacas, sintomas digestivos e alterações na produção e captação de neurotransmissores.

Efeitos e Consequências Neurológicos e psicológicos


O uso do crack pode prejudicar as habilidades cognitivas (inteligência) envolvidas especialmente com a função executiva e com a atenção. Este comprometimento altera a capacidade de solução de problemas, a flexibilidade mental e a velocidade de processamento de informações.

A literatura científica sobre os efeitos neurológicos e psicológicos do crack demonstra que a droga pode causar danos às funções mentais, com prejuízos à memória, atenção e concentração. Segundo o pesquisador Felix Kessler, do Centro de Pesquisa em Álcool e Drogas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), é muito comum o desenvolvimento e agravamento da impulsividade, o que leva os indivíduos a fazerem escolhas mais imediatistas, sem avaliar as conseqüências para o futuro. "Em muitos casos, dependendo da predisposição genética, os indivíduos desenvolvem sintomas psiquiátricos, psicóticos e ansiosos, como depressão, delírios e ataques de pânico", diz o especialista.

O psiquiatra afirma, ainda, que o uso da droga pode provocar transtorno bipolar, resultado do mecanismo de rápida e intensa euforia, logo após o uso da droga, que logo é substituída pela depressão, quando o usuário está em abstinência. “Os danos causados tendem a persistir por meses e até anos depois que o individuo deixou a droga. Já os sintomas psiquiátricos podem desaparecer com mais facilidade, exceto para os indivíduos que tenham predisposição para esse tipo de doença.”




Especialista relata as consequências do uso do crack durante a gestação e em filhos de mães usuárias (áudio)

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Republica dos dependentes


Novo modelo de reabilitação para viciados em drogas e álcool usa rotina em comunidade como ponte entre a desintoxicação e a vida livre da dependência

Republica dos dependentes

Ex-dependentes químicos dividem casa na Vila Clementino, zona sul de São Paulo
São Paulo está adotando um modelo inédito de reabilitação da dependência química: a criação de repúblicas para usuários de drogas que passaram por processos de desintoxicação. Uma casa-piloto, com oito jovens, funciona há nove meses na Vila Clementino, zona sul.
Outras cinco repúblicas semelhantes, voltadas para o tratamento de moradores de rua, devem ser abertas a partir de março pela prefeitura.
Os projetos são coordenados pela Uniad (Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas) da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Na casa, a rotina é parecida com a de uma república de estudantes. Os jovens, com idade média de 25 anos, fazem a comida, lavam a roupa, arrumam a casa. Cada um tem uma cópia da chave e entra e sai a hora que desejar.
A abstinência tem que ser total (nem cerveja pode). Não há ninguém fiscalizando, mas testes antidrogas e bafômetros são usados para checar se eles estão "limpos".
Nos últimos meses, três jovens tiveram que sair da casa porque sofreram recaídas, segundo o orientador da república, Marcos Vieira, 41.
Espécie de conselheiro dos jovens, Vieira já foi usuário de drogas, abandonou o vício e hoje trabalha como terapeuta especializado em dependência química. É ele que aplica os testes na casa.
O jovens são obrigados a manter o tratamento para a dependência (com remédios, psicoterapia e grupos de ajuda mútua) fora da casa e a retomar estudos ou trabalho.
Sete dos oito moradores estudam ou trabalham. O tempo de abstinência vai de três meses a um ano.
Como contrapartida, o projeto oferece o imóvel e o pagamento de despesas da casa, por meio de patrocínio.
Os jovens bancam comida e despesas pessoais.
Inspirado nas "sober houses" americanas (casas da sobriedade, em tradução literal), o projeto busca resolver um dilema no tratamento da dependência: o que fazer após a desintoxicação?

RECUPERAÇÃO
Há uma certa unanimidade entre os médicos de que só a internação não basta.
"Ela é boa para estabilizar a pessoa. O desafio é como ajudá-la a retomar os laços familiares, o estudo, o trabalho. As casas de transição podem ser uma boa opção", diz o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, coordenador da Uniad e do projeto das repúblicas.
Na literatura médica, estudos mostram que a permanência nas "sober houses"- em conjunto com outras terapias- aumenta as chances de recuperação.
As pesquisas também mostram que elas são viáveis financeiramente se forem autossustentáveis-os pacientes tocam os serviços da casa e pagam suas despesas.
Para o psicólogo Jason Leonard, que estuda há 15 anos esses modelos e é autor do livro "Vidas Resgatadas", ter rotina e estrutura longe do ambiente que propicia o uso de drogas é fundamental para a recuperação.
"Com a abstinência, o apoio e a comunhão entre pessoas que estão no mesmo barco, é provável que você tenha um resultado muito bom", disse ele à Folha.
A psicóloga Ilana Pinsky, vice-presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas, afirma que a iniciativa torna os jovens adictos mais independentes. "Ao viver em comunidade, eles precisam ter responsabilidade e, ao fazer as coisas por conta própria, descobrem que são capazes."

Folha de São Paulo - CLÁUDIA COLLUCCI
DE SÃO PAULO

O secretário Nacional de Justiça do Ministério da Justiça, Pedro Abramovay, deixará o cargo na próxima semana.


Luciana Cobucci
Direto de Brasília
O secretário Nacional de Justiça do Ministério da Justiça, Pedro Abramovay, deixará o cargo na próxima semana. Esta é a primeira baixa do governo Dilma Rousseff. Especula-se que Abramovay sairá do cargo após defender o fim da prisão para pequenos traficantes, declaração que irritou o governo. O Ministério da Justiça, no entanto, nega a informação e afirma que Abramovay já havia recebido um convite externo e teria decidido aceitar.

Abramovay assumiria a Secretaria Nacional sobre Drogas, que foi transferida do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República para o Ministério da Justiça. Com a saída de Abramovay, a secretaria será presidida pela secretária-adjunta, Paulina do Carmo. Para a Secretaria Nacional de Justiça, será nomeado o atual presidente da Comissão de Anistia do ministério, Paulo Abrão. As nomeações de todos os secretários e a exoneração de Pedro Abramovay deverão ser publicadas na próxima semana no Diário Oficial da União.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

FHC participa de debate internacional sobre fracasso da repressão às drogas


GENEBRA (AFP) - O fracasso das políticas meramente repressivas contra as drogas dominará a partir desta segunda-feira em Genebra a agenda da Comissão Global de Políticas sobre as Drogas, grupo não governamental integrado por personalidades internacionais e coordenado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

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"A guerra contra as drogas fracassou Quais são as ações e medidas alternativas?", indaga a comissão, da qual participam, além de FHC, os ex-presidentes do México, Ernesto Zedillo, e da Colômbia, César Gaviria, e intelectuais como o Prêmio Nobel de Literatura peruano Mario Vargas Llosa e o escritor mexicano Carlos Fuentes.


A comissão também investigará, durante sua reunião de dois dias, os eventuais riscos e benefícios de eliminar "as sanções penais pela posse de maconha para uso pessoal", segundo detalha o relatório de apresentação.


A comissão estabeleceu como missão tentar resolver "a polarização" que divide "os blocos da legalização e da proibição", em torno de "uma discussão esclarecedora".


Um debate que contará com a participação do espanhol Javier Solana, ex-Alto Representante para a Política Externa e de Segurança Comum da União Europeia, buscará analisar "quais são os riscos e as vantagens de distinguir entre o tráfico e o comércio em pequena escala" e discutir qual deve ser "o tratamento médico obrigatório de qualquer vício em uma droga".


"Em muitos países, o dano causado pela proibição das drogas em termos de corrupção, violência e violação dos direitos humanos supera com folga o dano provocado pelas drogas", considera a comissão.


Uma mensagem que, provavelmente, ainda precisará percorrer um longo caminho para chegar a ser aceita por todos.


No Brasil, o funcionário indicado para conduzir a Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas (Senad), Pedro Abramovay, desistiu na semana passada de assumir o cargo, dias depois de ter gerado polêmica por defender a libertação de pequenos traficantes de drogas.


Foi a primeira baixa relevante do governo da presidente Dilma Rousseff, que tomou posse em 1º de janeiro.


A comissão, que se reúne em Genebra, também propõe revisar "o sistema de controle de drogas da ONU" e "as diferentes respostas nacionais", sem deixar de analisar os "desafios da justiça penal" a partir da constatação de que "erradicar a produção e criminalizar o consumo não reduzem o tráfico ou o consumo de drogas".

domingo, 23 de janeiro de 2011

A seleção movida a álcool


Observatório da Imprensa

O técnico é novo, mas a história é velha conhecida. Mais uma vez assistimos a uma figura da seleção brasileira de futebol ceder sua imagem para a publicidade de bebidas alcoólicas e contribuir para reforçar um conceito cultural distorcido, mas bastante difundido no país, que associa o futebol à cerveja. Nossos técnicos e jogadores de futebol precisam entender que a publicidade é um importante incentivo para o consumo do álcool. E os jovens, apaixonados por futebol e que têm nos gramados ídolos capazes de influenciar comportamentos, são o maior alvo desse tipo de propaganda.

A relação entre os adolescentes e consumo de bebidas alcoólicas no Brasil é alarmante. Os garotos e garotas entre 14 e 17 anos são responsáveis por 6% de todo o consumo anual de álcool no país, ainda que, reza a lei, sejam proibidos de comprá-lo, o que prova nossa fragilidade em cumprir a legislação e deflagra os perigos da experimentação, que acontece cada vez mais cedo.

Essa vulnerabilidade abre caminho para que a publicidade potencialize o consumo desse grupo e nos leva a uma triste perspectiva. Se 90% dos jovens começam com o álcool antes dos 18 anos, o risco de a sociedade deparar com adultos dependentes de bebidas alcoólicas é diretamente proporcional.

Também a embriaguez, o chamado "porre", pode, para muitos, parecer apenas brincadeira da garotada, mas evidencia o sintoma de uma conduta social que inconscientemente aprova o consumo de álcool. Essas crises de ingestão, em muitos casos, estão relacionadas com violência, sexo desprotegido, acidentes e maior risco de dano cerebral, além do evidente risco da fixação do hábito.

Impacto negativo

Esse é um grupo intricado, mas no qual as empresas avistam um "mercado" potencial e, sem as devidas e há muito esperadas medidas restritivas, no qual seguem com maciço investimento. Um estudo recente que analisou 420 horas de programação televisiva, por exemplo, identificou que a maioria das propagandas de bebidas alcoólicas acontece durante programas esportivos, com ao menos 10% de audiência de adolescentes. Não houve nenhum programa esportivo que não tivesse bebidas alcoólicas entre os anúncios.

O risco social é iminente, pois sabemos também que o álcool é apenas a porta de entrada para outras drogas, principalmente as chamadas "drogas leves", como a maconha. Portanto, prevenção para o consumo de drogas é fundamental, mas cairá no vazio se não houver medidas restritivas à publicidade de bebidas alcoólicas.

É necessário combater a ideia de que o futebol é um espetáculo movido a cerveja e que beber é o "esporte" dos jovens. Pelo contrário, a droga amplifica as rivalidades e a tensão entre torcedores apaixonados e em natural oposição, infelizmente facilitando a agressividade. O impacto negativo para a sociedade e para a saúde pública é evidente e lamento que figuras admiradas sejam protagonistas de histórias que não nos dão nenhum selo de qualidade.

Artigo escrito Por Carlos Salgado - Psiquiatra, presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abead).

O governo Dilma e a droga


O governo Dilma e a droga
O consumo de crack é hoje um flagelo nacional. Há notícias de que a “pedra” chegou a comunidades indígenas dos rincões do país. A “cracolândia” como símbolo de um problema paulistano é uma coisa do passado. A droga se alastrou. O problema foi ignorado pelo governo Lula, que deu de ombros para o problema do tráfico de qualquer substância. Ao contrário até. Países como a Bolívia, que “exporta” ao Brasil 80% da cocaína que aqui se consome, e Paraguai, grande fornecedor de maconha, foram tratados a pão-de-ló. O BNDES financia uma obra em terras bolivianas que é chamada de “estrada da coca”. Lula deixou-se fotografar ao lado de Evo Morales, o índio de araque, exibindo um vistoso colar de folhas de coca.

Maconha, cocaína e, a rigor, qualquer droga - mesmo as lícitas, como os remédios - podem devastar um indivíduo depois de muito tempo de consumo. O crack tem-se mostrado único na velocidade com que destrói a vida do usuário. Em poucos dias, torna-se um zumbi. Como perde todos os parâmetros, a vida em sociedade se torna impossível, e o caminho da marginalidade é certo. Se outras substâncias permitem o convívio social - podemos estar falando com consumidores de drogas sem que o saibamos -, o crack expulsa o viciado de casa, do trabalho, do círculo de amigos.

E Dilma, clonando o adversário José Serra, prometeu se empenhar na guerra ao crack, reprimindo o tráfico e tratando os doentes. Foi o que ela falou durante a campanha. Então vamos ver o que ela fez. Seu governo nomeou para a Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas (Senad) ninguém menos do que Pedro Abramovay. O órgão migrou da Secretaria de Assuntos Estratégicos para o Ministério da Justiça. É ele que vai coordenar o tal programa conta o crack - se é que existirá um algum dia.

Em entrevista ao Globo, publicada na terça, o rapaz se disse contrário à prisão de “pequenos traficantes”, aqueles, segundo se entende, que traficam para poder consumir - como se a destinação que um indivíduo dá a seu nariz ou a seu pulmão mudasse a qualidade daquilo que ele faz: TRÁFICO!!! O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que nomeou Abramovay, não pode nem mesmo alegar ignorância. Em 2009, ele defendeu publicamente essa mesma posição.

A política antidrogas em curso já descriminou, na prática, o consumo. Quem for flagrado com alguma substância ilegal para uso pessoal não vai mais em cana. A decisão até pode aliviar os presídios, claro!, mas é estúpida no que concerne ao combate às drogas. Fica parecendo que o consumidor não é um dos elos da cadeia criminosa. E é! Aliás, sem ter quem cheire e fume, não há como vender o que se cheira e o que se fuma, não é mesmo? Mas vá lá…

Bom esquerdista, Abramovay aprendeu as lições do “etapismo”. Como se diz em Dois Córregos, “você dá o braço, eles logo querem a perna”. O homem que deve coordenar o programa do governo Dilma contra o crack quer soltar os “pequenos traficantes”. Segundo diz, trata-se de uma visão estratégica. Na cadeia, esses “pequenos” acabariam se ligando forçosamente aos grandes. Entendi: Abramovay acredita que o jeito de se coibir o crime grande é ser tolerante com crimes pequenos.

As opiniões de Abramovay expõem o real compromisso do governo Dilma com o combate ao crack. Na sua primeira entrevista, o rapaz encarregado de tocar o programa defende a liberdade para traficantes - só os pequenos, naturalmente! Ora, dá-se, assim, um sinal.

Alguém acredita que desse mato vá sair coelho? Que desse pântano possa brotar alguma flor que preste? Cardozo se apressou em afirmar que a opinião de Abramovay não é a do governo. E daí? Se não é, por que ele está ocupando um cargo estratégico? Sua opinião a respeito, reitero, não é nova. Se está no cargo, é porque o governo condescende com ela. O sujeito não foi nomeado por acaso.

Estamos diante de uma tática petista bastante manjada. Enquanto, oficialmente, executa-se uma política, põe-se uma outra para operar nos bastidores. Ora, se o governo não quer pôr na rua os “pequenos traficantes”, então tem é de pôr Abramovay na rua.

Ontem, ele se transformou num herói de sites que defendem a descriminação da maconha. É justo! Ainda não subiu num palco e cantou, como fez certa feita o então ministro Carlos Minc. Esse rapaz ainda em muito o que aprender…


Fonte:
Reinaldo Azevedo
Análises políticas em um dos blogs mais acessados do Brasil

sábado, 22 de janeiro de 2011

Temporada brasileira de Amy Winehouse reabre debate sobre dependência química


DROGAS NA MÍDIA



Clipping diário.







Mídia do Dia: 17/01/2011
Data de Veiculação: 15/01/2011


Temporada brasileira de Amy Winehouse reabre debate sobre dependência química




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O Globo





Complexa, única, genial. Desde o início da carreira já dava para perceber que Amy Winehouse não usava aquele cabelo à toa.




Em sete anos ela vendeu 40 milhões de discos, fez algumas trapalhadas, terminou e voltou algumas vezes com Blake Fielder-Civil, contrariou seu maior sucesso e foi, sim, para uma clínica de reabilitação para dependentes químicos. Após dois anos sem fazer shows, ela veio recomeçar no Brasil e o público aplaudiu de pé. Mas, ao que tudo indica, a cantora ainda está longe da recuperação. Por quê?

- Mudar é difícil para todos nós. A diferença é que a droga perverte o sistema motivacional (formado por valores e princípios) a ponto de o dependente químico procurar o que o destrói. E o desejo é tão intenso que o dependente vai no impulso, sem pensar duas vezes - explica a psiquiatra Analice Giglioti, chefe do setor de Dependência Química da Santa Casa de Misericórdia do Rio e consultora da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas.
" Mudar é difícil para todos nós. A diferença é que a droga perverte o sistema motivacional (formado por valores e princípios) a ponto de o dependente químico procurar o que o destrói "

Não é possível analisar a fundo o caso de Amy, mas, em sua passagem pelo Rio, ela foi flagrada tomando champanhe na piscina do hotel e, no primeiro show no Rio, virou uma garrafa de cerveja num gole só: um comportamento incompatível para quem quer se livrar das drogas.

- Por mais que isso seja assunto e parte do glamour de Amy, beber sete garrafas de Veuve Clicquot não é tratar de dependência química - condena.
Vício fez da cantora uma caricatura de si própria

O médico Ronaldo Laranjeira, professor titular de psiquiatria da Universidade de São Paulo (Unifesp), acredita que o meio onde a cantora circula não sinaliza para ela sua própria deterioração:

- Em uma sequência de fotos desde o início da carreira, dá para ver o quanto ela se deteriorou fisicamente, é quase uma caricatura de si mesma - lamenta. - Mas, se os amigos usam drogas e ela pertence a uma rede social que compartilha os mesmos valores, pode não se dar conta.

Diretor da Associação Americana de Psiquiatras, Jorge Jaber lista as quatro áreas alteradas pelo transtorno: raciocínio e memória (o doente muitas vezes não lembra de seguir o tratamento); sentimentos (a pessoa parece insensível, com dificuldade de ver os danos que causa e sem capacidade de estabelecer metas abstêmias a longo prazo); pensamento (que compromete a avaliação da realidade); e comportamento (responsável pela agressividade).

- Esse doente precisa estar em permanente contato com uma cultura de saúde, mas, com a arrogância gerada pela doença, ele tem dificuldade para aceitar o tratamento - explica. - Só que a dependência química é uma doença crônica como o diabetes: não tem cura, tem controle.

Segundo a médica Camila Magalhães Silveira, psiquiatra do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e coordenadora do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), algumas drogas têm mais poder de dependência que outras: uma em cada oito pessoas que experimenta álcool se torna dependente. Com o crack, associado à Amy (em 2008 o tablóide britânico "The Sun" exibiu um vídeo em que a cantora parecia estar fumando a droga), uma em cada duas ou três pessoas que experimenta fica viciada.

- A droga trabalha no circuito de recompensa do cérebro, então a experiência é lembrada como prazerosa - explica. - Como o efeito é muito forte e efêmero, os dependentes repetem o processo muitas vezes durante o uso e há um desgaste físico e mental muito grande, que tem como consequência irritabilidade e prejuízo de memória.
Lesões cerebrais podem ser permanentes

A pior notícia é que as lesões cerebrais causadas pelas drogas são permanentes e podem alterar as habilidades artísticas, como cantar. A médica cita o psiquiatra Sérgio Nicastri, do Hospital Israelita Albert Einstein, que, através do exame de ressonância magnética funcional, observou o fluxo sanguíneo cerebral em indivíduos que usam cocaína e crack. Danos neuroniais impediram que o sangue chegasse às partes afetadas pelas drogas.

- As lesões são menos importantes que o comportamento porque o cérebro pode compensar as perdas se houver abstinência - pondera Camila. - Mas o paciente tem que saber que o tratamento é constante.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Vereador contesta veto a programa de combate ao crack


Dário Saadi considera veto "um equívoco" e diz que vai trabalhar pela derrubada


Dario (esq.) com colegas em plenário
O vereador Dário Saadi (DEM) criticou duramente nesta segunda-feira (10/01), a decisão do prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT) de vetar totalmente o projeto de lei de sua autoria que pretendia instituir em Campinas o Programa Especial de Combate ao Uso do Crack. O objetivo do projeto era informar a população sobre os efeitos do uso da droga - que vem aumentando em Campinas assim como em todo o País - além de promover programas de tratamento de dependentes e a implementação de ações preventivas. Para vetar, o Executivo diz ter se baseado em parecer da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Para o órgão, “um programa dessa magnitude não pode se limitar a uma única droga – o crack”. A secretaria argumentou ainda que, "para ser viável,o programa, deveria abranger e dar atenção integral aos usuários de álcool, crack e outras drogas”. A Secretaria disse ainda que o Município já vem desenvolvendo, na política do Sistema Único de Saúde (SUS), o Plano Intersetorial de Universalização do Acesso e Qualificação da Assistência aos Usuários de Álcool, Crack e outras drogas. De acordo com o Executivo, essas ações estão sendo realizadas em centros de saúde, centros de convivência, centros de atenção psicossocial infantil e outros mecanismos.

Saadi considerou o veto “um equivoco do Prefeito”. Para ele, a decisão representa “um retrocesso” no que diz respeito a programas oficiais de enfrentamento do problema. O vereador prometeu trabalhar para derrubar o veto. “A prefeitura tem que entender que esse projeto é um instrumento muito importante na prevenção e combate ao uso da droga”, disse. “'É um absurdo a Secretaria dizer que o programa deveria abranger dependentes de outras drogas. O crack tem um potencial destrutivo muito maior que as outras. Vicia ao ser usado em duas ou três vezes; é barato e está se alastrando pelo País com uma rapidez espantosa, tanto que se tornou tema de polícia nacional,” argumenta o vereador.

Ele discorda também do argumento da Administração que diz que o dependente de crack está recebendo atendimento preconizado pelo SUS. “O Plano Intersetorial é amplo demais. Não atende às especificidades do crack. Por isso, vamos trabalhar para derrubar o veto”, concluiu o vereador.

PLANO NACIONAL - O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo colocou o crack como uma das prioridades nacionais. A partir desta semana, ele pretende iniciar um plano de combate ao avanço da droga. Ele vai conversar com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, para montar ações conjuntas de tratamento de dependentes químicos e, por orientação da presidente Dilma Rousseff, percorrerá estados — começará pelo Rio e por São Paulo — em busca de uma aliança com governadores para integração das polícias Federal, Civil e Militar, e das áreas de inteligência.

De acordo com dados apresentados à Câmara dos Deputados no início de maio, quando foi lançado o programa nacional de combate ao uso da droga, o número de usuários hoje no Brasil está em torno de 1,2 milhão. A idade média para início do uso da droga é 13 anos, segundo estimativa feita com base em dados do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).




Texto: Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal de Campinas

Foto: A.C. Oliveira/CMC

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

A compulsão


A compulsão, junto com a depressão, parecem ser os vilões que assombraram o final do século XX e, ao que tudo indica, permanecerão a assombrar o século XXI. Pesquisadores falam da solidão e do vazio da vida contemporânea, da falta de referenciais que um dia já foram oferecidos por instituições aparentemente mais sólidas, como a Igreja e a família, e do abismo ao qual somos lançados em um mundo repleto de informações e possibilidades fora do eu, que ao mesmo tempo nos assustam, mas também nos instigam a viver com mais riscos.

Esse cenário é fecundo para desequilíbrios psicológicos e sociais, uma vez que cada ser humano se sente perdido, mas impelido a fazer alguma busca apressada por respostas. Assim como afirmado no início do texto, uma manifestação muito comum desses desequilíbrios são as compulsões e depressões, e dentre as compulsões, há o clássico caminho do vício ou dependência química.

Qualquer vício é desenvolvido por padrões repetitivos de comportamento, como uma programação que vai se instalando paulatina e sistematicamente em um sistema. Todos precisam comer, mas ensinamos ao corpo que precisamos comer ao todos os dias às 12h, por exemplo. Claro que no terceiro ou quarto dia, teremos fome nesse horário. As crianças aprendem tomando contato com conteúdos novos e os acomodando internamente através de repetições e da criação de padrões internos. É natural que o adulto também aprenda dessa forma. Isso significa que ensinamos à mente e ao corpo que ele precisa daquela substância.

Mudanças exigem disciplina

"Desensinar" é o problema. Programar e "desprogramar" são a mesma coisa? Infelizmente não. Toda programação gera memórias sensoriais e afetivas. A sociedade ainda não parece ter inventado uma "desprogramação" que deleta completamente as memórias. Para quem quer sair das drogas, portanto, será preciso encarar a nova vida com a coragem de quem sabe que terá de conviver com marcas desse passado para sempre. Isso não quer dizer que não há saída; apenas que a saída é muito difícil.

Qualquer mudança de vida exige disciplina, retidão nas intenções e aceitação da parte sombria de nossa alma. Sem esses elementos, é pouco provável que se chegue e algum lugar muito diferente do que se está. Os dependentes químicos, especialmente os usuários de cocaína e drogas do estilo mais "pesado", geralmente carregam uma personalidade "dona de si", que não aceita adaptar-se às regras do mundo, optando por trilhar um caminho muito particular, alheio aos conselhos e ao que já foi feito antes. Essas pessoas podem sofrer de uma certa arrogância, rebeldia ou displicência perante os ensinamentos da vida e por isso geralmente acabam "pagando" da pior maneira.

A compulsão é um caminho desesperador para quem está dentro e fora da crise, pois mesmo em situação de sofrimento, o usuário permanece dependente e buscando a droga. Nada parece deter esse mecanismo poderoso. O primeiro passo para a cura é o reconhecimento dessa absoluta falta de controle, seguidos de uma resolução determinada e firme de mudança. Essa resolução vem para cada pessoa em um tempo e motivada pelas mais diversas dores.

Essa resolução precisa ser acompanhada de perto por familiares e por auxílio de diversas frentes (médico, psicológico, religioso). Para combater uma programação violenta como a do vício, é preciso uma disciplina extremamente rígida, como uma vigilância de pensamentos e ações. Infelizmente, o começo do processo de cura é um tanto artificial, pois consiste em autovigilância constante. Ao longo dos tempos, essa vigilância tende a se tornar mais natural, pois terá sido fruto de aprendizado real.

Reduzindo danos

A linha de psicoterapia mais comumente utilizada no tratamento da dependência química é a cognitivo-comportamental, que trabalha, grosso modo, com a reprogramação da mente para comportamentos que trarão maior benefício ao usuário. Um termo muito comentado na literatura da área de dependência química é o trabalho de redução de danos, que consiste em estratégias, inclusive em nível de intervenção governamental, visando oferecer informações adequadas sobre práticas que envolvem menos riscos, garantindo preservação da dignidade e da saúde.

No mundo, há diversas iniciativas de redução de danos. A Holanda possui coffe shops nos quais se pode fumar maconha, por exemplo. Em Viena, existem políticas públicas de distribuição de seringas para usuários de heroína, evitando contaminação de AIDS e outras doenças. Na Inglaterra, foi criado por Barbara Harris o Project Prevention, que oferece dinheiro aos usuários que se submetem à vasectomia ou esterilização, visando evitar os maus tratos de dependentes para com seus filhos, bem como as más formações e os efeitos que o abuso de substâncias ao longo da gravidez podem provocar.

As tentativas são várias e multidirecionais, indicando que o mundo está realmente assustado e sensibilizado pela devastação que as drogas têm provocado. E nesse texto nem tocamos na outra ponta do problema: o tráfico de drogas, evidenciado pelo nosso herói Nascimento e sua Tropa de Elite, bem como pela situação do Complexo do Alemão no Rio de Janeiro e do programa das Unidades de Polícias Pacificadoras, que são o início de um longo caminho de construção de um novo paradigma de convivência social.

A verdade é que o caminho da saída do mundo das drogas, tanto em nível individual, quanto em nível coletivo, é lento, difícil e extremamente delicado. Em âmbito individual, os maiores riscos são o surto psiquiátrico, a desintegração total da família, a degeneração do caráter, envolvendo crimes, e em última instância, a morte do usuário e de outras pessoas. No âmbito coletivo, os riscos também são de morte de pessoas que não são envolvidas diretamente na situação, além de caos e instabilidade social, falta de credibilidade no governo, falta de perspectiva de melhoria, depressão coletiva.

Enfim, não há aprendizado sem esforço de todos os envolvidos; muito esforço, diga-se de passagem. Há um ditado antigo que diz: "se queres paz, prepare-se para a guerra". Eis o lema que os dependentes, familiares, governo e qualquer instância que queira colocar sua mão no sentido de trazer luz à situação de sombra deve manter constantemente consigo diante da busca por melhoria, tratamento ou cura. Lembrando sempre de que amanhã devemos acreditar de novo e começar tudo outra vez.

domingo, 16 de janeiro de 2011

O que é Compulsão?


As compulsões, comportamentos compulsivos ou aditivos são hábitos aprendidos e seguidos por alguma gratificação emocional, normalmente um alívio de ansiedade e/ou angústia. São hábitos mal adaptativos que já foram executados inúmeras vezes e acontecem quase automaticamente.

Diz-se que esses comportamentos compulsivos são mal adaptativos porque, apesar do objetivo que têm de proporcionar algum alívio de tensões emocionais, normalmente não se adaptam ao bem estar mental pleno, ao conforto físico e à adaptação social. Eles se caracterizam por serem repetitivos e por se apresentarem de forma freqüente e excessiva. A gratificação que segue ao ato, seja ela o prazer ou alívio do desprazer, reforça a pessoa a repeti-lo mas, com o tempo, depois desse alívio imediato, segue-se uma sensação negativa por não ter resistido ao impulso de realizá-lo. Mesmo assim, a gratificação inicial (o reforço positivo) permanece mais forte, levando a repetição.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Eu Navegarei

Eu navegarei no oceano do Espírito, e ali adorarei ao Deus do meu amor. (2x)

Eu navegarei no oceano do Espírito, e ali adorarei ao Deus do meu amor. (2x)

Espírito, espírito, que desce como fogo, vem como em pentecoste , e enche-me de novo.

Eu adorarei ao Deus da minha vida, que me compreendeu sem nenhuma explicação. (2x)

Espírito, espírito, que desce como fogo, vem como em pentecoste, e enche-me de novo.

Pesquisadores inventaram vacina que bloqueia o prazer causado pela cocaína


Pesquisadores inventaram vacina que bloqueia o prazer causado pela cocaína



Uma nova vacina testada nos EUA provou ser eficaz para combater o prazer causado pela cocaína. Em pesquisa financiada pelo Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas (Nida) dos EUA, cientistas combinaram pedaços de um vírus causador do resfriado e partículas que imitam cocaína, criando um composto que induz o sistema imunológico a combater o princípio da droga antes que ele chegue ao cérebro.

No estudo, divulgado ontem na revista científica ´´Molecular Therapy´´, os pesquisadores usaram ratos como cobaias. Nesses animais, o efeito da vacina durou 13 semanas.

´´Nossos dados mostram que podemos proteger ratos dos efeitos da cocaína, e achamos que o mesmo procedimento pode ser promissor para tratar a dependência [de cocaína] em humanos´´, diz o líder da pesquisa, Ronald G. Crystal, da faculdade de Medicina Weill Cornell, nos EUA.

Segundo o médico, hoje não há vacinas contra nenhum tipo de dependência química nos EUA. Ele ressalta que existem outras tentativas de criar uma vacina contra a cocaína, mas esta é a primeira vez que se consegue algo que não exija caras e múltiplas aplicações, fazendo com que seja simples o caminho para o próximo passo: testar o medicamento em humanos.

A esperança dos pesquisadores é de que a vacina seja eficaz para quem já é viciado em cocaína e esteja tentando parar de usá-la. ´´A vacina pode ajudá-los a parar esse hábito. Se eles usarem cocaína, uma resposta imunológica vai destruir a droga antes que ela alcance o centro de prazer do cérebro´´, diz o pesquisador.




Autor:
Fonte: O Estado do Maranhão

Consumo de drogas cai entre estudantes do ensino fundamental e do ensino médio

Consumo de drogas cai entre estudantes do ensino fundamental e do ensino médio
O VI Levantamento Nacional sobre o Consumo de Drogas entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública e Privada nas Capitais Brasileiras, concluído em 2010, mostrou diminuição de 49,5% no uso de drogas ilícitas entre estudantes da rede pública do país, na comparação com a última pesquisa, realizada em 2004.


Esse cálculo levou em consideração o uso, continuado ou não, no ano, de solventes/inalantes, ansiolíticos, anfetamínicos, cocaína, maconha, crack e anticolinérgicos. Somente no caso da cocaína não foi observada redução do consumo.



Na comparação entre as pesquisas de 2004 e 2010 também houve redução expressiva dos relatos de consumo de bebidas alcoólicas e tabaco pelos alunos da rede pública. O consumo de álcool, por exemplo, diminuiu 35,1%, enquanto o de tabaco reduziu 37,6%.



A série histórica de levantamentos compreende os anos de 1987, 1989, 1993 e 2004. Até 2004, apenas estudantes da rede pública eram pesquisados e até 1997 somente 10 capitais participavam do levantamento. O estudo atual trouxe, pela primeira vez, dados do uso de drogas entre alunos da rede particular de ensino. Por meio de questionário de auto-preenchimento, a pesquisa foi aplicada em 789 escolas, com 50.980 estudantes pesquisados, destes 31.280 da rede pública e 19.610 da particular.



O VI Levantamento identificou que há diferenças na proporção do uso de substâncias psicotrópicas entre alunos da rede privada e da pública. Foi revelado, por exemplo, que 9,9% dos estudantes das escolas públicas utilizaram, nos 365 dias anteriores à aplicação do questionário, qualquer tipo de droga (exceto álcool e tabaco), enquanto na rede particular esse número foi de 13,6%.



Para a secretária-adjunta da SENAD, Paulina Duarte, “a redução do consumo de drogas entre os estudantes é resultado das políticas quem vêm sendo implementadas no âmbito das escolas e da sociedade como a capacitação de professores, ações junto a lideranças comunitárias, fortalecimento da rede de proteção social, entre outras iniciativas da área”, analisou.



OUTROS PAÍSES – A comparação do VI Levantamento com pesquisas internacionais mostrou aspectos positivos da realidade do consumo de drogas no Brasil. Os estudantes brasileiros, por exemplo, são os que menos consumiram tabaco, tanto na vida quanto no ano, quando comparados os estudantes de 16 países, da América do Sul e Europa: Alemanha, Reino Unido, Suíça, Itália, Holanda, França, Uruguai, Irlanda, Colômbia, Portugal, Chile, Argentina, Equador, Paraguai, Peru e Bolívia.Outro destaque é que o uso na vida de crack entre estudantes brasileiros pode ser considerado diminuto na comparação com estudantes europeus e sul-americanos. O Brasil e o Paraguai ocupam a última posição, com a mesma prevalência de uso na vida e no ano de crack.



O consumo de bebidas alcoólicas entre estudantes brasileiros, de 15 e 16 anos, está dentro da média internacional, tanto para uso na vida, quanto no ano. Os maiores índices são da Alemanha e os menores da Bolívia.



A comparação entre a realidade brasileira e a de outros países foi feita com base nos relatórios Monitoring the Future (Estados Unidos), de 2009; ESPAD (países europeus), de 2007; e SIDUC (países da América Latina), de 2006. Foi realizado um recorte de faixa etária que permitisse a comparabilidade entre os diferentes países e o Brasil.

Autor: SENAD
Fonte: Assessoria de Imprensa da SENAD

O que é Dependência quimica?


A dependência química é uma doença caracterizada por uma série de sintomas cognitivos, fisiológicos e comportamentais que indicam que o indivíduo continua usando a substância apesar dos evidentes e significativos problemas que vão se desenvolvendo em sua vida, de forma progressiva, decorrentes desse uso.

O que é Dependência quimica?

Dependência Química e ausência de formação adequada de ensino


A dependência química é uma doença caracterizada por uma série de sintomas cognitivos, fisiológicos e comportamentais que indicam que o indivíduo continua usando a substância apesar dos evidentes e significativos problemas que vão se desenvolvendo em sua vida, de forma progressiva, decorrentes desse uso.

Na área social, por exemplo, a penetração e conseqüências geradas pelo abuso e dependência de substâncias vem crescendo de maneira alarmante, sem dúvida alguma devendo ser encarado como um problema epidêmico. Problemas sociais como violência, acidentes de trânsito, marginalidade, formação de gangues e desvio de conduta em jovens e adolescentes, hoje encontram-se marcadamente influenciados pelo uso de substâncias.

Nos EUA, os prejuízos financeiros anuais resultantes do abuso e da dependência de drogas giram em torno de 200 bilhões de dólares.

Além disso, cerca de 100 mil pessoas morrem anualmente devido a problemas com substâncias psicoativas.

No Brasil, as conseqüências na economia e na saúde da população também são alarmantes. No sistema médicohospitalar já chegamos à ocupação de mais da metade dos leitos psiquiátricos do país por internação de alcoolismo.

Pesquisas em escolas demonstram que a idade média em que os jovens iniciam suas experiências como múltiplas substâncias, vem diminuindo ao longo dos anos e hoje é comum encontrarmos adolescentes ainda muitos jovens internados para tratamento especializado. A magnitude do problema é realmente assustadora, e essa realidade se torna mais assustadora ainda quando nos deparamos com a deficiência do nosso sistema de saúde para lidar com o problema.

Temos no Rio de Janeiro apenas cerca de 200 leitos para tratamento especializado, e a maioria dos pacientes acaba não tendo acesso àquilo que lhe é indicado ou vai parar em manicômios e hospitais psiquiátricos. Não há vagas suficientes e em alguns casos, como o de adolescentes que precisam de internação involuntária, o estado e o município não oferecem qualquer tratamento especializado, ficando por conta da iniciativa privada, e de seus altos custos de tratamento.

Na verdade a omissão do poder público e das autoridades competentes, que acabam invariavelmente privilegiando a repressão, a despeito de investimentos na prevenção e no tratamento, é bem anterior a tudo isso. A omissão e a fragilidade do sistema de saúde começa na própria formação acadêmica dos profissionais, ou porque não dizer, ausência de formação.

Médicos, psicólogos, assistentes sociais e todos aqueles que entrarão no mercado de trabalho na área de saúde, quer queira quer não, terá passando por suas mãos pessoas com problemas com uso de substâncias. Infelizmente, o jovem profissional de saúde no Brasil, sai da universidade com o diploma embaixo do braço e, na infinita maioria das vezes, sem ter sido minimamente preparado para lidar com um problema tão comum e freqüente, e acima de tudo gravíssimo.

Nos curso de medicina, normalmente prepara-se para tratar as
conseqüências fisiológicas das dependências e suas comorbidades com outros diagnósticos, mas não se prepara para tratar dependências. Nos cursos de psicologia ou serviço social encontraremos, quando encontrarmos, uma única disciplina eletiva em todo o curso, geralmente com carga horária menor e conseqüente valorização de créditos também menor, o que pode fazer com que a maioria dos alunos não demonstre interesse. Por que matricular-se em uma matéria que "vale menos" créditos, se o aluno está interessado em acumular créditos para que possa concluir o seu curso.

Não há qualquer obrigatoriedade no ensino e formação dos profissionais de saúde no que se refere ao abuso e dependência de substâncias, e isso parece estar contribuindo para ausência de formação de profissionais capacitados para lidar com um problema que diariamente bate à porta dos consultórios e dá entrada nos hospitais gerais.
A melhor capacitação profissional hoje praticamente fica por conta dos cursos oferecidos pelas instituições privadas, especializadas no tratamento.

Isso inclusive contribui para a atividade profissional do conselheiro ou técnico em dependência, ou leigo, normalmente portador da doença, dependente ou familiar, que após alguns anos vivenciando o problema na qualidade de paciente acaba adquirindo um saber maior e muitas vezes uma capacitação melhor para atuar como um instrumento de saúde, do que um grande número de profissionais.

Precisamos alertar a opinião pública, assim como as autoridades competentes, para uma revisão imediata dos currículos de graduação na área de saúde, a fim de que se possa inserir e dar maior importância ao estudo e tratamento do abuso e dependência de substâncias.
Mais uma vez, quem de nós não tem um caso na família ou em alguém próximo de si?

Dr. Marcelo Carvalho - Psicólogo - CRP: 05/16707
Chefe do Setor de Psicologia da Clínica Jorge Jaber de Psicoterapia.
Tel.: 21 5298585 e 5409091 - Rio de Janeiro

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Madri abre seu primeiro clube privado de consumo de drogas.

Começou a funcionar há cerca de um mês em Madri, na Espanha, o Private Cannabis Club, o primeiro clube privado de consumo de maconha da cidade. Em poucas semanas, o grupo já reúne mais de 100 sócios com idades entre 18 a 70 anos que recorrem à sede para fumar tranquilamente sua cota mensal.



Para ser sócio é preciso ser maior de idade, passar por uma entrevista e pagar 10 euros por mês (o equivalente a R$ 23) para poder consumir um máximo de 50 gramas de maconha por semana. A maioria das pessoas vai ao clube apenas para se divertir, mas há também aqueles que usam a maconha de forma terapêutica.

Com quase 900 m², o Private Cannabis tem a maior sede de associação deste tipo em toda a Espanha, com muito espaço para o lazer. São salas com sofás, TVs com canais a cabo, vídeogame, pebolim, bilhar, um bar e restaurante com forno para pizza. “Nós queríamos, mais que um lugar só para fumar, um espaço de ócio com um bom restaurante para que as pessoas não precisassem sair da sede para comer depois de fumar”, diz o presidente Pedro Álvaro Zamora García. Além de um cardápio comum a qualquer restaurante, no bar são vendidos brownies, biscoitos e sobremesas feitas à base de maconha.

Desde 1974, o consumo privado coletivo da droga é permitido no país, mas o clube compra a maconha semanalmente no mercado negro, mesmo não estando de acordo. O comércio de cannabis configura crime. Por isso, o Private Cannabis revende pelo preço que adquire e usa parte da cota paga pelos sócios para a manutenção do espaço.

Entre os sócios está Carlos Gonzalez. Ele recorre ao clube porque prefere não fumar perto dos filhos pequenos. “Explicarei o que é a maconha quando eles tiverem idade para entender, mas espero poder explicar que é uma droga qualquer como o tabaco ou o álcool”, afirma.

Outro dos sócios, o venezuelano Paco Puig, que trabalha no bar da sede, diz que o emprego tem lhe tirado a vontade de consumir a droga. “Fico o dia todo aqui e só com o cheiro já perco a vontade de fumar. Às vezes, fumo quando chego em casa, mas não sinto falta. Não sou um viciado”, diz.

Na família de Puig, ele e o irmão fumam maconha. Embora não tenha enfrentado problemas com a família por causa disso, é mais conservador quando o assunto são seus filhos. “Hoje meus filhos são crianças e não fumo na frente deles. Quando chegar a hora, explicarei o que eles quiserem saber, mas não admito que eles fumem antes de terminar os estudos e serem donos de suas vidas, afinal, um adolescente não consegue aprender matemática fumando maconha. Quero que eles sejam algo na vida”, diz.

Negócio em expansão
A ideia de abrir um clube privado para consumo de maconha vem se expandindo na Espanha. São dezenas na Catalunha e na região basca, além de muitos em processo de formação em todo o país. Kamamudia, a associação mais antiga, funcionou de 1997 a 2001 com cultivo coletivo de maconha na região basca. Em 2002, a sociedade se desfez e deu origem à Pannagh, em Bilbao, e à Ganjazz, em São Sebastião. A primeira tem 377 sócios e a segunda, 255, mas com metade das vagas para usuários terapêuticos do THC (tetrahidrocanabinol, que é o princípio ativo da maconha). Ambas cultivam a droga para o consumo. “Nosso objetivo é informar as pessoas e ter um lugar para que elas possam consumir maconha de qualidade num local seguro sem ter que recorrer a traficantes”, explica Iker Val, presidente da Ganjazz.

Segundo a Federação de Associações Canábicas (FAC), a Espanha tem mais de 2 milhões de consumidores e a principal luta não é a legalização, mas a normatização do uso da maconha no país. “Queremos ter controle sobre a produção e a qualidade e não aumentar o consumo para ter mais lucro, como é o caso do comércio do tabaco e do álcool. Com as associações que criam os clubes privados a situação está mudando radicalmente porque os consumidores deixam de financiar as máfias, pagam o preço justo e têm mais informação sobre as propriedades do produto que consumem. Além disso, permite que os governos da UE cedam sem mudar as leis já existentes”, diz o presidente da FAC, Martín Barriuso.

A lei é a mesma para toda a Espanha, mas há regiões mais tolerantes que outras. Enquanto em basca a pena por portar maconha é o confisco da mesma, em Madri há multas em dinheiro que podem chegar a 1,5 mil euros (o equivalente a R$ 3.390).

Para o madrilenho Carlos Gonzalez, a demora em abrir o primeiro clube na capital espanhola está diretamente relacionada ao exemplo que uma capital deve dar ao resto do país. “A Catalunha e a região basca são duas áreas separatistas, que querem marcar algumas características que justifiquem que são diferentes do resto do país. Aqui em Madri, as pessoas são mais conservadoras. Foi preciso que alguns dessem sua cara à tapa para que conquistássemos esta liberdade. E depois deste primeiro passo, virão outros mais”, explica.

Madri abre seu primeiro clube privado de consumo de drogas.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Felicidade é maior para ex-fumantes




"Os fumantes assumem que o cigarro tem propriedades antidepressivas e que caso eles larguem o vício, se sentirão mal. Mas o que observamos foi que esses fumantes, após largarem o cigarro – mesmo que por pouco tempo – tinham menos indícios de sentimentos depressivos”, diz Christopher Kahler, principal autor do estudo.

A pesquisa foi feita com mais de 230 fumantes – homens e mulheres – que participaram de um programa para largar o hábito tabagista. Além do cigarro, esses participantes também indicavam um consumo alto de bebidas alcoólicas. Todos os indivíduos participaram de aconselhamento psicológico e usaram adesivos de nicotina para ajudar na interrupção do vício. Uma parte do grupo também participou de acompanhamento psicológico para diminuir o consumo de álcool.

Essas pessoas foram avaliadas para sintomas de depressão antes, durante e após o programa para interrupção do vício. Aproximadamente 30% dos participantes não conseguiram interromper o vício em nenhum momento e apenas 15% conseguiram largar totalmente o vício em nicotina. Outros grupos conseguiram ficar algum tempo longe do cigarro, com variações nesses períodos entre uma semana e 28 dias (tempo total de duração do estudo).

O que os pesquisadores observaram foi que aqueles que haviam interrompido o hábito tabagista, mesmo por pouco tempo, foram mais bem avaliados nos testes padrão para depressão (se mostravam mais felizes). Mas quando voltavam a fumar – falhavam na tentativa de cessar o hábito – os humores pioravam drasticamente, em alguns casos chegando a níveis menores do que o observado no início do estudo. Kahler afirma que a melhora no humor e os períodos de abstinência tinham relação direta.

Para os autores, a ligação entre o hábito de fumar e a felicidade é totalmente equivocada e a sensação de alívio de ansiedade é um mito. Da mesma forma, esses indivíduos não mostraram variações significantes na ingestão de bebidas alcoólicas, bebendo o mesmo ou menos (no caso daqueles que foram acompanhados por psicólogos para diminuir esse hábito).

“Ao parar de fumar, observou-se a diminuição dos sintomas de depressão, e quando os indivíduos voltaram a fumar esses sintomas reapareceram. Essas respostas foram similares ao tratamento com antidepressivos”, conclui Kahler, indicando que, além de melhorar a saúde física e diminuir riscos do desenvolvimento de doenças crônicas, a interrupção do tabagismo faz muito bem para a saúde mental e o bem-estar.
Autor:
OBID Fonte: Periódico Nicotine & Tobacco Research

O novo secretário Nacional de Políticas sobre Drogas


Pedro Abramovay, defendeu nesta segunda-feira a aprovação do projeto que prevê o fim da prisão para pequenos traficantes, que atuam no varejo apenas para sustentar o próprio vício.
São pessoas que, segundo a definição do secretário, estariam numa situação intermediária entre o usuário e o traficante ligado ao crime organizado.
A atual lei está abarrotando os já superlotados presídios brasileiros: dos 70 mil presos nos últimos quatro anos, 40 mil são pequenos traficantes.

Abramovay vê com simpatia também a experiência de Portugal que, há dez anos, liberou o consumo de pequenas quantidades de droga.
Mas entende que o assunto tem de ser discutido exaustivamente com a sociedade.
Ex-secretário nacional de Justiça e de Assuntos Legislativos, o advogado de apenas 30anos assume o comando da Senad, que o governo Dilma Rousseff levou do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência para o Ministério da Justiça.

Significado de Sobriedade


s.f. Qualidade do que é sóbrio; temperança no comer e no beber; frugalidade.
Fig. Comedimento, parcimônia, reserva, moderação: é bom usar todas as coisas com sobriedade.
Gravidade no modo de pensar, de falar etc.
Ausência de artificialidade e complicação; naturalidade, simplicidade: a sobriedade da arte florentina.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

9% das Prefeituras tem algum tipo de programa exclusivo de combate à dependência



Pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios aponta que, no Brasil, apenas 9% das Prefeituras tem algum tipo de programa exclusivo de combate à dependência. José Fiuza, diretor da Unidade da Clínica Viva em Brasília, foi entrevistado pela TV Band para falar sobre o aumento do consumo dessa droga entre as classes sociais.

três níveis de prevenção: primária, secundária e terciária.


Ao longo de 26 anos de atuação como apoio e orientação aos familiares de dependentes químicos, o Amor-Exigente reuniu conhecimento empírico sobre o que forma e o que deforma o indivíduo.

A vivência com pais, diante dos problemas de comportamento dos filhos, revelou as dificuldades que os responsáveis pela formação da criança, do adolescente e do jovem de hoje encontram ao exercer seu papel de educadores.

Com um Programa eficaz, o Amor-Exigente atende três níveis de prevenção: primária, secundária e terciária.

O enfoque na prevenção primária universal se dá através de uma abordagem educativa em grupos de reflexão, questionamento e posicionamento que, nas partilhas e metas semanais, levam os participantes a atingirem seus objetivos.

O seu conteúdo estimula as pessoas a reverem seus comportamentos.

Nos Cursos de Prevenção com o Programa Amor-Exigente, os participantes, entre eles, pais, avós e professores passam por uma reflexão comportamental e ponderam sobre como suas próprias mudanças podem ajudar na formação de caráter de seus filhos, netos e alunos

Veja o que representa a matemática das drogas hoje:


* O comércio ilegal de drogas envolve no mundo todo US$ 400 bilhões por ano, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas)
* O abuso de drogas custa aos EUA mais de US$ 80 bilhões anuais
* Os números policiais indicam que o consumo anual de cocaína no mundo chega a 6 bilhões de papelotes, o que renderia ao narcotráfico cerca de US$ 120 bilhões
* Nos últimos dez anos, cerca de 50 milhões de gramas de cocaína foram apreendidos pela Polícia Federal, o que significa por volta de R$ 2 bilhões (o número pode ser até três vezes maior, já que esse cálculo não inclui as apreensões das polícias estaduais e Forças Armadas)
* Com base nas operações contra o plantio de maconha no Nordeste, a Polícia Federal acredita que a venda da droga - da produtor ao consumidor - possa render um lucro mensal de R$ 50 milhões para o traficante, livre de todas as despesas
* Segundo o SOS Criança, em 1999, 62% dos menores de rua em São Paulo admitiram o uso de inalantes e 19% de crack
* Dos processos criminais em andamento no Rio de Janeiro em 1999, 26,6% eram ligados ao tráfico e ao uso de entorpecentes
* Os crimes relativos a entorpecentes representam 35% dos processos que correm na 2ª Vara da Infância e Juventude de São Paulo

Queira você ou não, a decisão de usar drogas não é meramente um problema individual.


Enquanto a indústria de drogas "legais" como álcool e cigarro não contabiliza em seus lucros o impacto da violência, o mesmo não acontece com o comércio das drogas ilegais.

Altamente lucrativo, o narcotráfico movimenta milhões de dólares por ano no mundo inteiro. O Brasil participa desse circuito, funcionando como corredor do tráfico que desembarca nos EUA e na Europa. Por isso, comprar um baseado ou qualquer outra droga não pode ser um ato isolado. Alimentando o comércio ilegal, acaba atraindo jovens para o narcotráfico e fazendo o crime organizado crescer.

O que leva uma pessoa a usar drogas?


Pesquisas recentes apontam que os principais motivos que levam um indivíduo a utilizar drogas são: curiosidade, influência de amigos (mais comum), vontade, desejo de fuga (principalmente de problemas familiares), coragem (para tomar uma atitude que sem o uso de tais substâncias não tomaria), dificuldade em enfrentar e/ou agüentar situações difíceis, hábito, dependência (comum), rituais, busca por sensações de prazer, tornar (-se) calmo, servir de estimulantes, facilidades de acesso e obtenção e etc.

As drogas estão classificadas em três categorias?


As estimulantes, os depressores e os perturbadores das atividades mentais. O termo droga envolve os analgésicos, estimulantes, alucinógenos, tranquilizantes e barbitúricos, além do álcool e substâncias voláteis. As psicotrópicas, são as drogas que tem tropismo e afetam o Sistema Nervoso Central, modificando as atividades psíquicas e o comportamento. Essas drogas podem ser absorvidas de várias formas: por injecção, por inalação, via oral ou injeção intravenosa.

O que é Drogas?


Droga é toda e qualquer substância, natural ou sintética que introduzida no organismo modifica suas funções.
As drogas naturais são obtidas através de determinadas plantas, de animais e de alguns minerais.
Exemplo a cafeína (do café), a nicotina (presente no tabaco), o ópio (na papoula) e o THC tetrahidrocanabiol (da cannabis).
As drogas sintéticas são fabricadas em laboratório, exigindo para isso técnicas especiais.
O termo droga, presta-se a várias interpretações, mas ao senso comum é uma substância proibida, de uso ilegal e nocivo ao indivíduo, modificando-lhe as funções, as sensações, o humor e o comportamento.
Do ponto de vista jurídico, segundo prescreve o parágrafo único do art. 1.º da Lei n.º 11.343, de 23 de agosto de 2006 (Lei de Drogas): "Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as substâncias ou produtos capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União".
Isto significa dizer que as normas penais que tratam do usuário, do dependente e do traficante são consideradas normas penais em branco. Atualmente, no Brasil, são consideradas drogas todos os produtos e substâncias listados na Portaria n.º SVS/MS 344/98.

O que é Drogas?

Crack é ?


Uma droga feita a partir da mistura de pasta de cocaína com bicarbonato de sódio geralmente fumada.[1] É uma forma impura de cocaína e não um sub-produto. O nome deriva do verbo "to crack", que, em inglês, significa quebrar, devido aos pequenos estalidos produzidos pelos cristais (as pedras) ao serem queimados, como se quebrassem.

A fumaça produzida pela queima da pedra de crack chega ao sistema nervoso central em dez segundos, devido ao fato de a área de absorção pulmonar ser grande e seu efeito dura de 3 a 10 minutos, com efeito de euforia mais forte do que o da cocaína, após o que produz muita depressão, o que leva o usuário a usar novamente para compensar o mal-estar, provocando intensa dependência. Não raro, o usuário tem alucinações, paranóia (ilusões de perseguição).

Em relação ao seu preço, é uma droga mais barata que a cocaína.[2]

O uso de cocaína por via intravenosa foi quase extinto no Brasil, pois foi substituído pelo crack, que provoca efeito semelhante, sendo tão potente quanto a cocaína injetada. A forma de uso do crack também favoreceu sua disseminação, já que não necessita de seringa — basta um cachimbo, na maioria das vezes improvisado, como, por exemplo, uma lata de alumínio furada.

Estudos recentes estao indicando a mistura desta substancia à maconha vendida pelos traficantes no Brasil de forma enganosa, para viciar mais rapidamente os usuários.